sexta-feira, 28 de setembro de 2012

JEITO DE AMAR!!!

Cada pessoa tem um jeito único de amar. De demonstrar carinho, dar atenção, brigar... Descubro, através da relação com casais, como este ou aquele outro “casal especial” se amam e abrem caminho para viver um amor do seu jeito.

Minha vó Dindinha dizia que – Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher – Fato. Todavia, é impossível não “meter um olhar” observador nos relacionamentos que nos cercam.

E quando este olhar é saudável conseguimos fazer a lei
tura correta dos comprometimentos, do envolvimento, da cumplicidade, da textura que cada relacionamento se propõe. Foi em Adão e Eva, nosso arquétipo maior, que descobrimos estes "detalhes tão pequenos de nós dois, são coisas muitas grandes para esquecer..."

Demostrar Carinho...

A carícia constitui uma das expressões máximas do cuidado. Por que dizemos carícia essencial? Porque queremos distingui-la da carícia como pura excitação psicológica, em função de uma benquerença fugaz e sem história. A carícia-excitação não envolve o todo da pessoa. A carícia é essencial quando se transforma numa atitude, num modo de ser que qualifica a pessoa em sua totalidade, na psique, no pensamento, na vontade, na interioridade, nas relações que se estabelece.

O órgão da carícia é, fundamentalmente, a mão: a mão que toca, a mão que afaga, a mão que estabelece relação, a mão que acalenta, a mão que traz quietude. Mas a mão não é simplesmente mão. É a pessoa humana que através da mão e na mão revela um modo - de - ser carinhoso. A carícia toca o profundo do ser humano, lá onde se situa seu centro pessoal. Para que a carícia seja verdadeiramente essencial precisamos afagar o eu profundo e não apenas o ego superficial da consciência.

A carícia que nasce do centro confere repouso, integração e confiança. Daí o sentido do afago. Ao acariciar a criança, a mãe lhe comunica a experiência mais orientadora que existe: a confiança fundamental na bondade da realidade e do universo; a confiança de que no fundo, tudo tem sentido; a confiança de que a paz e não o conflito é a palavra derradeira; a confiança na acolhida e não na exclusão.
A carícia exige total altruísmo, respeito pelo outro e renúncia a qualquer outra intenção que não seja a da experiência de querer bem e de amar. Não é um roçar de peles, mas um investimento de carinho e de amor através da mão e da pele.

O afeto não existe sem a carícia, a ternura e o cuidado. Assim como a estrela precisa de aura para brilhar, assim o afeto precisa da carícia para sobreviver. É a carícia da pele, do cabelo, das mãos, do rosto, dos ombros, da intimidade sexual que confere concretude ao afeto e ao amor. A carícia essencial é leve como um entreabrir suave da porta. Jamais há carícia na violência de arrombar portas e janelas, quer dizer, na invasão da intimidade da pessoa. Agarrar é expressão do poder sobre, da manipulação, do enquadramento do outro ou das coisas ao meu modo de ser. A mão que acaricia representa o modo-de-ser-cuidado, pois “a carícia é uma mão revestida de paciência que toca sem ferir e solta para permitir a mobilidade do ser com quem entramos em contato”. Saber cuidar é saber tocar, uma das maiores expressões de um JEITO DE AMAR.

Paulinho Almeida.
Tempo de Vida.
28.09.2.012.

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