segunda-feira, 8 de março de 2010

Uma homenagem ao "Dia Internacional da Mulher".

Tudo que Deus fez é perturbadoramente belo. Todos os gestos de Deus desembocam na magia da criação, na plástica sedutora de olhar-sem-se-cansar, tem uma projeção estética que nos fascina, inquieta, arrasta, produz uma certa comoção emocional diante de tudo que existe e que revela um Deus poeta, mágico, romântico, irresistivelmente criativo, encantadoramente apaixonado pelo que faz e ainda está grávido de fazer.

Deus mesmo curte o que faz. Ele celebra intensamente todos os atos criativos que gesticula diante de nós. Ele curte e transa a criação do mundo em todos os detalhes e por isso é que se lê, logo na gênese da criação, que “Viu Deus que era bom tudo o que tinha feito”.

Eu gosto fortemente disto, de saber que Deus não tem uma onipotência destituída de prazer, uma onisciência frigida, uma onipresença “brastempzada”, fria, gelada, indiferente.

Deus é Deus que possui uma tremenda emotividade que sente todas as variáveis emocionais que sentimos, por isto mesmo Ele chora, Ele ri, Ele abraça, sente ciúmes, luta para ter espaço na agenda da humanidade, curte as criancinhas, vive uma onisciência que experimenta “surpresa”, como foi no caso da mulher Cananéia.

Já fora dito que Ele faz festa, liga o som na maior altura lá no céu e faz o maior “forró” no Paraíso todas as vezes que um pecador se arrepende, como você está cansado de ler na Bíblia.

Você já viu como os homens pulam na arquibancada de um estádio depois de um gol do time do peito, que mexe com seu coração?

Ainda que isto seja colocado de forma muito pobre, assim que se faz “gol-conversão” de um pecador, a arquibancada do céu treme, as bandeiras da graça e da misericórdia são balançadas para lá e para cá, é foguete ecoando pelos páramos celestiais, é coca-cola rolando, é anjo abraçando e Deus rindo, feliz, abraçando todo mundo.

Pois bem. Tudo que Deus fez tem o selo do lúdico, do lirismo sentimental. Por isso, nós nos encantamos e celebramos toda a insustentável beleza do cosmo. É belo olhar pro céu, é lindo flertar com a lua, piscar para estrelas, trocar um cafuné com o mar, ficar cheio da “onda” com as praias, deixar que o vento roce, encoste, e tire uma casquinha do nosso corpo, faça cócegas no nosso rosto, deixar que o sol nos dê um bronzeado cor-de-paixão.

É belo você acordar e ouvir os passarinhos fazendo festa pela manhã, musicalizando a alegria de ser criatura de Deus, é bonito ver as mais distintas diferenças entre os animais e com todos eles compondo um quadro que faz da natureza um poema escrito com a linguagem do Mistério de todos mistérios.

Toda criação é marcada pela variável e é exatamente isto que nos atrai e seduz tanto. Nada é igual e quando se percebe a profundidade disto, tem-se, sempre, uma atitude de gratidão e de fascínio pelo que Deus é e consubstancializa na historia dos homens.

Que me perdoem os pessimistas, os derrotistas, os negativistas, os ceticistas, os que vivem de mau-humor, como se estivessem sempre tomando chá de boldo e comendo bolo de cerveja, mas viver é uma poesia, existir na dimensão da criação de Deus é inexpugnavelmente fascinante, é superlativamente gostoso viver.

Tudo que Deus fez tem a marca, o timbre, o carimbo do belo. O céu é lindo, a terra é fofa, os rios são veias abertas de vida, os mares são missionários de todo o carimatismo de Deus, os pássaros são a voz de Deus nos convidando a celebrar a vida com a expectativa de que se Ele cuida dos passarinhos, muito mais haverá de cuidar de nós. Ouvir os pássaros é fazer terapia contra a ansiedade logo de manha.

É gostoso ver a molecagem dos macacos, a personalidade hermética, fechada do leão, gosto de ver o jeito cínico do jacaré ficar olhando e flertando com a gente, a boca semi-aberta, sorriso de malandro no canto da boca. É fantástico.

Os vales, os montes, as serras, as planícies, as montanhas, os grandes picos, o sul e o norte, o leste e o oeste, o inverno e o verão, o outono e a primavera, o dia e a noite, o menino e o velho, é, de fato a vida é bela, bem mais do que se pensa.

Entretanto, apesar de toda a beleza cosmogônica que existe, ainda que se perceba intuitivamente ou dedutivamente toda a plástica projetada visualmente diante de nos, nada, absolutamente nada, se compara à perturbadora beleza de uma mulher.

Sem ela, sem a presença da mulher no cosmo, nos viveríamos uma espécie de frustração cósmica. Porque, de tudo que Deus fez, o auge, o climasx, o ponto “G” de tudo está na mulher. Ela é o “Magnificat” criativo do Senhor, é a explosão de todo o telurismo que bate forte no seu peito. A mulher é a obra que dá o “Tchan”, o “reboleichon”, pra tudo que Deus fez.

Pense no mundo sem mulher. De repente somos obrigados a pensar que o mundo é feio, que o verde virou cinza, que o mar está seco, que a vida é um eterno inverno, que toda a música é um convite para participar de um ato fúnebre.

Já pensou em Adão lá no Paraíso, sem mulher? Com toda a certeza, ele vivia uma solidão sentimental, uma ausência tomava conta do seu coração, “uma-saudade-do-que-não-sei” incomodava profundamente toda a dimensão e constituição de sua condição de homem.

De forma que a mulher é o maior e melhor presente de Deus para história. Com ela, Deus deu cor, sabor, coloriu tudo e todas as coisas da historia. A mulher é a poesia em forma de carne que Deus escreveu, “é o poema que está escrito na memória da minha pele” (João Bosco).

Mulher é tudo isso e ainda mais. E nada do que foi falado, pensado, sonhado em torno da mulher se esgota. Mulher é como uma flor nascida entre as lápides da historia. Mulher é como colibri que não se cansa de visitar as flores, porque sabe que elas estão sempre esperando a visita de alguém que celebre a abertura que as próprias flores dão para todos que delas se aproxima.

Obs: No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Abaixo todo tipo de violência contra a mulher!!!

Paulinho Almeida.

Tempo de Vida...

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