sexta-feira, 12 de março de 2010

Mantendo a Lucidez!!!


Evangelho Segundo São Mateus 14:22-33.

A lucidez é a centralidade da elucidação dos problemas que insistem nos cercarem por todos os lados. A velha frase “de poeta e louco todo mundo tem um pouco” poderia ser reescrita assim: “de lúcido e louco todo mundo tem um pouco”. Ter uma visão, um método de trabalho, ou coisa equivalente por vezes nos deixa anestesiado em relação à realidade em torno de nós, e a leitura que fazemos é que os problemas jamais nos atingirão. Todavia “Deus faz nascer o sol sobre os maus e os bons e faz vir chuva sobre os bons e os maus”. O pano de fundo de Mateus 14:22-33, mostra que os discípulos estão em uma missão sob o comando de Jesus de Nazaré, é comum pensar que quando estamos sob o comando de Jesus de Nazaré nada nos acontecerá, para este tipo de percepção triunfalista só há um remédio: Manter a lucidez!!!

É Preciso Manter a Lucidez em Meio a Missão. (v.26).

A tempestade não marca hora pra visitar nossa missão, e, além disso, é cega não escolhe qual barco vai tentar naufragar. Todavia Jesus de Nazaré declarou que estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos (v.25). Quando a noite chega, quando o perigo bate a porta da nossa alma, normalmente uma “burrice emocional” visita nosso ser, e a visão vira “visagem”. Ora, não fora Jesus de Nazaré que os mandara atravessar o mar mesmo sendo noite? Todavia, “os discípulos, ao verem-no andando sobre as águas, ficaram aterrados e exclamaram: É um fantasma! E, tomados de medo, gritaram”. (v.26). Quando a visão vira “visagem”, perdemos a lucidez e a missão fica comprometida ao fracasso, a Presença de Deus que deveria ser confortadora fica assustadora. “Mas Jesus imediatamente lhes disse: Tende bom ânimo”! Sou eu. Não temais! Quem entender esta tríade manterá a lucidez: a). Tende bom ânimo – nunca perca o ânimo por causa dos problemas! b). Sou Eu – tenha sempre na mente que o “Eu Sou” sempre aparece quando menos esperamos! É só lembrar de Daniel nas covas dos leões, de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na fornalha ardente, da travessia do mar vermelho e tantos outros exemplos descritos na bíblia. c). Não temais – não temer, não ter medo é essencial para continuarmos lutando até o fim!!!

É Preciso Manter a Lucidez Diante da Presença. (v.28).

A presença de Deus é o presente mais fascinante que Ele mesmo quer nos outorgar. Todavia, essa presença é também um perigo que ameaça nossa lucidez. Jesus de Nazaré já falara que era Ele que andava por sobre o mar e Pedro em nome de uma fé infantil, imatura, insiste na sua falta de lucidez e diz: “Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas”. Se Jesus já tinha declarado ser Ele, porque duvidar questionando sua Presença? A resposta é simples, queremos ser como Ele até em divindade, queremos controlar as ondas, as tempestades, as adversidades, e nos sentirmos um pouco dono do mundo, queremos nos sentir divinos. Todavia a Presença de Deus em nós e em nosso meio não é para nos divinizar e nos colocar acima do bem e do mal; a presença de Deus em nós tem como objetivo nos santificar. Quem é santo tem lucidez diante da Presença. De mar e tempestade entende Ele, eu e você devemos apenas nos submeter e admirar sua Presença na bonança ou na tempestade!!! Davi descobriu este segredo. “Na tua Presença, Senhor, estão os meus desejos todos, e a minha ansiedade não te é oculta”. (Sl. 38:9). Talvez seja esta a razão de Davi ter entrado na historia de Deus e dos homens, como o homem segundo o coração de Deus!!! Ser lúcido é preciso!!!

É Preciso Manter a Lucidez O Adorando. (v.32,33).

Adoração é o encontro do eu com o Eu sou, é mais que prostrar diante de Deus; adoração é interação. A palavra interação significa: ação que se exerce mutuamente entre duas ou mais pessoas, também significa, ação recíproca. Adoração passa pela dimensão da força que duas partes exercem uma sobre a outra, quando estão suficientemente próximas. Adoração é simbiose: vida em comum com outro; associação entre dois seres vivos que vivem em comum; é entendimento íntimo entre duas pessoas. Todo caminho nos leva às grandes descobertas, sejam boas ou más. Todavia, andar por sobre o mar não prova que estamos adorando a Ele. Andar com Jesus de Nazaré oportuniza aos discípulos grandes descobertas fazendo-os lúcidos na adoração. A lucidez é mantida quando adoramos a Presença de Jesus de Nazaré, principalmente dentro do barco. Sair do barco é loucura, e naturalmente perde-se o fluxo de consolidação que nos permite adorar o Senhor em espírito e em verdade, permaneça firme no Oikós, (Grupos Caseiros) nos cultos de celebração aos domingos e sonhe com seu Grupo de discipulado, que é seu barquinho, lugar seguro para adorar com lucidez!!!

Conclusão.

Loucura é o antônimo de lucidez, porém, nossa loucura deve ser em torno do desafio da cruz. Enfrentar a cruz sem temer é loucura para o mundo, todavia, é lucidez para Deus. “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos poder de Deus”. (I Cor. 1:8).

Aplicação.

Ultimamente temos visto a igreja exercitando a “grande omissão”. Todavia, É preciso urgentemente, Manter a lucidez, para exercitar a “Grande Co-missão”. A missão Integral da Igreja tantas vezes ministrada por René Padilha. (a maior contribuição de René Padilha à Igreja mundial foi a consolidação da teologia da Missão Integral – uma abordagem que leva em conta as necessidades humanas em sua plenitude. “Corpo, alma, emoções e mente não pode ser dissociados”, diz um dos pontos do pacto de Lausanne 1974). Controlando a maluquez, misturando com a lucidez, prossigamos para a loucura da Cruz!!!



Paulinho Almeida.
Tempo de vida...


segunda-feira, 8 de março de 2010

Uma homenagem ao "Dia Internacional da Mulher".

Tudo que Deus fez é perturbadoramente belo. Todos os gestos de Deus desembocam na magia da criação, na plástica sedutora de olhar-sem-se-cansar, tem uma projeção estética que nos fascina, inquieta, arrasta, produz uma certa comoção emocional diante de tudo que existe e que revela um Deus poeta, mágico, romântico, irresistivelmente criativo, encantadoramente apaixonado pelo que faz e ainda está grávido de fazer.

Deus mesmo curte o que faz. Ele celebra intensamente todos os atos criativos que gesticula diante de nós. Ele curte e transa a criação do mundo em todos os detalhes e por isso é que se lê, logo na gênese da criação, que “Viu Deus que era bom tudo o que tinha feito”.

Eu gosto fortemente disto, de saber que Deus não tem uma onipotência destituída de prazer, uma onisciência frigida, uma onipresença “brastempzada”, fria, gelada, indiferente.

Deus é Deus que possui uma tremenda emotividade que sente todas as variáveis emocionais que sentimos, por isto mesmo Ele chora, Ele ri, Ele abraça, sente ciúmes, luta para ter espaço na agenda da humanidade, curte as criancinhas, vive uma onisciência que experimenta “surpresa”, como foi no caso da mulher Cananéia.

Já fora dito que Ele faz festa, liga o som na maior altura lá no céu e faz o maior “forró” no Paraíso todas as vezes que um pecador se arrepende, como você está cansado de ler na Bíblia.

Você já viu como os homens pulam na arquibancada de um estádio depois de um gol do time do peito, que mexe com seu coração?

Ainda que isto seja colocado de forma muito pobre, assim que se faz “gol-conversão” de um pecador, a arquibancada do céu treme, as bandeiras da graça e da misericórdia são balançadas para lá e para cá, é foguete ecoando pelos páramos celestiais, é coca-cola rolando, é anjo abraçando e Deus rindo, feliz, abraçando todo mundo.

Pois bem. Tudo que Deus fez tem o selo do lúdico, do lirismo sentimental. Por isso, nós nos encantamos e celebramos toda a insustentável beleza do cosmo. É belo olhar pro céu, é lindo flertar com a lua, piscar para estrelas, trocar um cafuné com o mar, ficar cheio da “onda” com as praias, deixar que o vento roce, encoste, e tire uma casquinha do nosso corpo, faça cócegas no nosso rosto, deixar que o sol nos dê um bronzeado cor-de-paixão.

É belo você acordar e ouvir os passarinhos fazendo festa pela manhã, musicalizando a alegria de ser criatura de Deus, é bonito ver as mais distintas diferenças entre os animais e com todos eles compondo um quadro que faz da natureza um poema escrito com a linguagem do Mistério de todos mistérios.

Toda criação é marcada pela variável e é exatamente isto que nos atrai e seduz tanto. Nada é igual e quando se percebe a profundidade disto, tem-se, sempre, uma atitude de gratidão e de fascínio pelo que Deus é e consubstancializa na historia dos homens.

Que me perdoem os pessimistas, os derrotistas, os negativistas, os ceticistas, os que vivem de mau-humor, como se estivessem sempre tomando chá de boldo e comendo bolo de cerveja, mas viver é uma poesia, existir na dimensão da criação de Deus é inexpugnavelmente fascinante, é superlativamente gostoso viver.

Tudo que Deus fez tem a marca, o timbre, o carimbo do belo. O céu é lindo, a terra é fofa, os rios são veias abertas de vida, os mares são missionários de todo o carimatismo de Deus, os pássaros são a voz de Deus nos convidando a celebrar a vida com a expectativa de que se Ele cuida dos passarinhos, muito mais haverá de cuidar de nós. Ouvir os pássaros é fazer terapia contra a ansiedade logo de manha.

É gostoso ver a molecagem dos macacos, a personalidade hermética, fechada do leão, gosto de ver o jeito cínico do jacaré ficar olhando e flertando com a gente, a boca semi-aberta, sorriso de malandro no canto da boca. É fantástico.

Os vales, os montes, as serras, as planícies, as montanhas, os grandes picos, o sul e o norte, o leste e o oeste, o inverno e o verão, o outono e a primavera, o dia e a noite, o menino e o velho, é, de fato a vida é bela, bem mais do que se pensa.

Entretanto, apesar de toda a beleza cosmogônica que existe, ainda que se perceba intuitivamente ou dedutivamente toda a plástica projetada visualmente diante de nos, nada, absolutamente nada, se compara à perturbadora beleza de uma mulher.

Sem ela, sem a presença da mulher no cosmo, nos viveríamos uma espécie de frustração cósmica. Porque, de tudo que Deus fez, o auge, o climasx, o ponto “G” de tudo está na mulher. Ela é o “Magnificat” criativo do Senhor, é a explosão de todo o telurismo que bate forte no seu peito. A mulher é a obra que dá o “Tchan”, o “reboleichon”, pra tudo que Deus fez.

Pense no mundo sem mulher. De repente somos obrigados a pensar que o mundo é feio, que o verde virou cinza, que o mar está seco, que a vida é um eterno inverno, que toda a música é um convite para participar de um ato fúnebre.

Já pensou em Adão lá no Paraíso, sem mulher? Com toda a certeza, ele vivia uma solidão sentimental, uma ausência tomava conta do seu coração, “uma-saudade-do-que-não-sei” incomodava profundamente toda a dimensão e constituição de sua condição de homem.

De forma que a mulher é o maior e melhor presente de Deus para história. Com ela, Deus deu cor, sabor, coloriu tudo e todas as coisas da historia. A mulher é a poesia em forma de carne que Deus escreveu, “é o poema que está escrito na memória da minha pele” (João Bosco).

Mulher é tudo isso e ainda mais. E nada do que foi falado, pensado, sonhado em torno da mulher se esgota. Mulher é como uma flor nascida entre as lápides da historia. Mulher é como colibri que não se cansa de visitar as flores, porque sabe que elas estão sempre esperando a visita de alguém que celebre a abertura que as próprias flores dão para todos que delas se aproxima.

Obs: No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).

Abaixo todo tipo de violência contra a mulher!!!

Paulinho Almeida.

Tempo de Vida...